
21/05/2023
Correr em jejum emagrece?
Correr em jejum é uma prática que gera muitas dúvidas e controvérsias entre os praticantes de atividade física. Alguns defendem que correr em jejum emagrece mais, outros afirmam que correr em jejum faz mal e prejudica o desempenho. A verdade é que não há uma resposta definitiva para essa questão, pois os efeitos de correr em jejum podem variar de acordo com o objetivo, o perfil e a adaptação de cada pessoa. Veja a seguir alguns mitos e verdades sobre correr em jejum:
- Correr em jejum emagrece mais – MITO
Sem dúvida o ponto mais polêmico e principal motivador da prática. Muitas pessoas acreditam que correr em jejum força o corpo a usar as reservas de gordura como fonte de energia principal e, portanto, emagrece. Sim, nesse caso, realmente, o corpo utilizará as reservas de gordura para gerar energia, mas isso não é um fator decisivo no processo de emagrecimento. Tudo depende da duração e da intensidade do treino. Em treinos de baixa intensidade, a porcentagem de energia produzida pela queima de gordura é bem alta. Mas o total de gastos energéticos e a queima de calorias são relativamente baixos por causa da baixa intensidade do treino. Já em um treino de alta intensidade, como um treino de corrida intervalada, por exemplo, a porcentagem de energia produzida através da queima de gordura é significativamente baixa. No entanto, o gasto energético e a queima de calorias são bem maiores. Bom, no fim das contas, para emagrecer, a equação é sempre a mesma: se você queimar mais calorias do que consumir, você perde peso.
- Correr em jejum reduz o desempenho – VERDADE
Um dos maiores problemas dessa prática é o impacto que ela causa no desempenho na corrida. Isso porque o corpo precisa de energia para realizar uma atividade física e essa energia vem principalmente dos carboidratos ingeridos na alimentação. Quando você corre em jejum, o seu corpo tem menos carboidratos disponíveis para usar como combustível e precisa recorrer às reservas de gordura e proteína. Esses processos são mais lentos e menos eficientes do que a utilização dos carboidratos e podem comprometer a sua capacidade aeróbica, a sua velocidade, a sua resistência e a sua recuperação muscular. Além disso, correr em jejum pode causar hipoglicemia (baixa concentração de açúcar no sangue), que pode provocar sintomas como tontura, fraqueza, confusão mental e fadiga. - O jejum afeta menos a corrida em baixa intensidade – VERDADE
Como já foi dito, correr em jejum pode prejudicar o desempenho na corrida, principalmente se o treino for de alta intensidade. Porém, se o seu objetivo for apenas manter a forma ou fazer um exercício leve para relaxar, correr em jejum pode não ser tão ruim assim. Isso porque em treinos de baixa intensidade (até 60% da frequência cardíaca máxima), o corpo consegue utilizar mais facilmente as reservas de gordura como fonte de energia e não depende tanto dos carboidratos. Nesse caso, correr em jejum pode até ajudar a melhorar a capacidade do corpo de usar as gorduras como combustível e aumentar a sensibilidade à insulina (hormônio que regula o açúcar no sangue). - Comer antes do treino traz desconforto para a digestão – MITO
Muitas pessoas evitam comer antes do treino por medo de sentir desconforto digestivo ou náuseas durante a corrida. No entanto, isso não é uma regra geral e depende muito do tipo e da quantidade de alimento ingerido. O ideal é fazer uma refeição leve e equilibrada cerca de uma hora antes do treino, dando preferência aos alimentos ricos em carboidratos complexos (como pão integral, aveia, frutas) e com baixo teor de gordura e fibra (que podem retardar a digestão e causar gases). Evite alimentos muito pesados, gordurosos, condimentados ou açucarados, que podem causar azia, refluxo ou diarreia. Beba também bastante água para manter a hidratação e evitar a desidratação, que pode afetar o desempenho e a saúde.